quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Trabalho do Bimestre

( "Paz .... ?" - Luis Marciliano)

poor_TA

Pela porta passam
pessoas, passos, apressados
descalços, sapatos e meias

Ali parada, morta...
VIVA
MORTA...PORTA BATIDA

Invisível a quem vê
Qual o valor da porta?
PortAL, portinha, portão
Uma escada no meio
da rua, nua

Ali parada, morta...
VIVA
VIVA

Nada mais VIVO que
a
PORTA.

(Luis Marciliano)

Micro análise do meu primeiro poema ....

“Veja com olhos livres.”
Perceba cada detalhe.
Não deixe a idéia fixa e antecipada que perturba a mente e o stress se apossarem de você.
Nossa
capacidade vai muito alem do simples ver, mas nos esquecemos disso.
Experimente
, realmente, VIVER cada dia da sua vida e não só esperar que ele chegue ao fim.

São nas coisas simples que encontramos a felicidade de saber em que mundo vivemos! ;)

Aula 25 - Segunda Geraçao Modernista

Segunda Geração Modernista

(Carlos Drummond)


A segunda fase do Modernismo foi caracterizada, no campo da poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos primeiros modernistas. Eliminando o excesso de Brasil da página literária, exauridos os jogos primitivistas e antropofágicos, a poesia brasileira, sólida nas suas conquistas técnicas, na sua liberdade construtiva, pode começar a sua segunda aventura modernista. Assim, nos anos de 1930 a 1945 a poesia modernista se consolida e alarga seus horizontes temáticos.

No plano formal, o verso livre continuou sendo profusamente adotado, mas os poetas do período tinham liberdade para escolher formas como o soneto ou o madrigal, sem que isso significasse uma volta a estéticas do passado, como o Parnasianismo. A ruptura já havia sido feita, e era possível dilatar o campo de experimentações poéticas pesquisando formas, utilizando técnicas de outras escolas e épocas, reelaborando-as e conferindo a elas novos sentidos.

No plano temático, a abordagem do cotidiano continua sendo explorada, mas os poetas se voltam também para problemas sociais e históricos, além de manifestarem inquietações existenciais e religiosas que ampliam as proposições da fase anterior. O registro dos fatos do cotidiano, muitas vezes próximos da banalidade, era algo de extremamente moderno, já que as normas tradicionais da poesia sempre haviam prescrito a seleção dos temas poéticos.

O Modernismo já estava dinamicamente incorporado `as praticas literárias brasileiras, sendo assim os modernistas de 30 estão mais voltados ao drama do mundo e ao desconcerto do capitalismo também.

Principais Autores:
-
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
-
Cecília Meireles (1901-1964)
-
Érico Veríssimo (1905-1975)
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Graciliano Ramos (1892-1953)
-
Jorge Amado (1912-2001)
-
José Lins do Rego (1901-1957)
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Murilo Mendes (1901-1975)
-
Rachel de Queiroz (1910-2003)
-
Vinícius de Moraes (1913-1980)

sábado, 15 de setembro de 2007

Aula 24 - Concretismo

Concretismo
Anatomia de uma decepção

Escorrega-se
r
a
m
p
a
abaixo,
de volta à

solidão.


( mais poesias concretas e muito interessantes no site : http://concretismo.zip.net/ )

Concretismo é um movimento vanguardista surgido em 1950, inicialmente na música e depois passando para a poesia e artes plásticas.

Defendia a racionalidade e rejeitava o expressionismo, o acaso, a abstração lírica e aleatória. Nas obras surgidas no movimento, não há intimismo nem preocupação com o tema, seu intuito é acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.

Durante a década de 1960, poetas e músicos do movimento passam a se envolver em temas sociais, geralmente sem influência na obra, sendo somente uma ligação pessoal. As obras passam a ser mais e mais preocupadas com a inovação da linguagem.

Foi o primeiro movimento criado no Brasil e tem como seus principais representantes:
- Augusto de Campos
- Haroldo de Campos
- Décio Pignatari

Aula 23 - Linguagem de Fresta

Linguagem de Fresta

No início dos anos 60 implantou-se, no Brasil, uma ditadura militar da
direita, enquanto que a "inteligência" brasileira brasileira pendia para
a esquerda.

Anos rebeldes, palavras de ordem, CPC, UNE, CCC, Maria Antônia, PUC, USP,Mackenzie, censura, engajamento, repressão, subversivos, MEC/USAID, subdesenvolvimento, bossa-nova, iê-iê-iê, tropicália - miscelânia que retrata nosso país num dos períodos mais conturbados de sua história.

A saída para o impasse, para driblar a censura, foi a chamada "linguagemda fresta", usada principalmente nas canções populares. Músicas, filmes,livros (ficcionais ou não), peças teatrais, enfim, a produção cultural desse período mostra um Brasil fragmentado, espoliado, subjugado, calado.

A B"anda" ( Chico Buaque )

Estava a toa na vida, o meu amor me chamou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

A minha gente sofrida, despediu-se da dor

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro, parou

O faroleiro que contava vantagens, parou

A namorada que contava as estrelas,

Parou para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada, sorriu

A rosa triste que vivia fechada, se abriu

A meninada toda se asanhou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou

Qu'inda era moço pra sair no terraço e dançou

A moça feia debruçou na janela

Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu

A lua cheia que vivia escondida, surgiu

Minha cidade toda se enfeitou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto, o que era doce acabou

Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou

E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor

Depois da banda pssar, cantando coisas de amor

Aula 22 - Tropicalismo

Tropicalismo

( "Flores" - Luis Marciliano )

O tropicalismo foi um movimento cultural que surgiu com influência nas correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock dos Beatles e o concretismo - Influência Antropofagica). Mesclou de manifestações tradicionais da cultura brasileira à inovasões estéticas radicais.

Tinha também objetivos socias e políticos, mas principalmente comportamentais, e por isso encontraram dificuldades por causa do Regime Militar que os reprimia. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutants e Tom Zé).

Houve também diversas manifestações artísticas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema ( inflenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo as peças de José Celso Martinez Corrêa).


"Sobre a cabeça, os aviões,
sob os meus pés, os caminhões,
Aponta contra os chapadões, meu nariz.
eu organizo um movimento,
eu oriento o carnaval,
eu inauguro um movimento,
No planalto central do país..."

(trecho de "Tropicália" de Caetano Veloso)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Aula 21 - Primeira Geração Modernista

Primeira Geração Modernista

("Segunda Visão" - Luis Marciliano)

A primeira fase do Modernismo (1922 - 1930), é a de uma geração revolucionária, tanto nas artes como na política: volta-se contra toda espécie de "passadismo" e acredita no progresso e nas possibilidades de transformação do mundo; é uma geração crítica e anarquista; uma geração de combate. Suas armas a piada, o ridículo, o escândalo, a agitação.Caracterizada por uma oposição entre o projeto formal inovador e a proposta de resgatar elementos da cultura tradicional, a primeira geração de modernistas desenvolve uma arte experimental, de acordo com o projeto fixado por Mário de Andrade na Semana de Arte Moderna de 22. A produção destes iniciadores da arte moderna no Brasil concilia uma linguagem importada das vanguardas modernistas européias, com um conteúdo nativista que resgata as raízes culturais brasileiras.


Princípios:


- negação do passado, caráter destrutivo ("Sabemos o que não queremos");

- Eleição do moderno como um valor em si mesmo;

- Valorização do cotidiano;

- Nacionalismo;

-Redescoberta das realidades brasileira;

-Desejo de liberdade no uso das estruturas da língua;

-Predominância da poesia sobre a prosa.

Autores mais Importantes:








Artistas mais Importantes:










Aula 20 - Movimentos de Oswald de Andrade

Manifesto Antropofágico e Manifesto Pau-Brasil

("O Abapuru",1928 - Tarsila do Amaral)


("Estrada de Ferro Central do Brasil", 1924 - Tarsila do Amaral)


O Manifesto Antropofágico e o Manifesto Pau-Brasil foram movimentos modernistas encabeçados principalmente por Oswald de Andrade , um dos mais importantes introdutores do modernismo no Brasil.

- Manifesto Antropofágico, 1928 :

Este constitui-se numa síntese de alguns pensamentos do autor sobre o Modernismo Brasileiro. Inspirou-se em Marx, em Freud, Breton, Montaigne e Rousseau e atacava explicitamente as missões, a herança portuguesa e o padre António Vieira. Há várias idéias que estão implícitas neste manifesto. Uma é conhecida da antropologia e tem a ver com o papel simbólico do canibalismo nas sociedades tribais. O canibal nunca come um ser humano por nutrição, mas sim sempre para incluir em si as qualidades do inimigo ou de alguém. Assim o canibalismo é interpretado como uma forma de veneração do inimigo. Se o inimigo tem valor então tem interesse para ser comido porque assim o canibal torna-se mais forte. Oswald atualiza este conceito expressando que a cultura brasileira é mais forte, é colonizada pelo europeu mas digere o europeu e assim torna-se superior a ele. A antropofagia segundo Oswald é uma inversão do mito do bom selvagem de Rousseau, que era puro e inocente. O índio passa a ser mau e esperto, porque canibaliza o estrangeiro, digere-o, torna-o parte da sua carne. Assim o Brasil seria um país canibal. O que é um ponto de vista interessante porque inverte a relação colonizador/colonizado. O colonizado digere o colonizador. Ou seja, não é a cultura ocidental, portuguesa, européia, branca, que ocupa o Brasil, mas é o índio que digere tudo o que lhe chega. E ao digerir e absorver as qualidades dos estrangeiros fica melhor, mais forte e torna-se brasileiro.
Assim o Manifesto Antropófago, embora seja nacionalista não é xenófobo.

Brasil - Oswald de Andrade

O Zé Pereira chegou de caravela
E perguntou pro guarani da mata virgem
- Sois cristão?
- Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
- Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval

- Manifesto Pau-Brasil, 1924:

O manifesto desenvolve-se num tom de paródia e de festa, de prosa poética pautada com frases aforísticas. Nele se expressa que o Brasil passe a ser uma cultura de exportação, à semelhança do que foi o produto pau-brasil, que a sua poesia seja um produto cultural que já não deve nada à cultura européia e que antes pelo contrário pode vir a influenciar esta. Oswald defende uma poética espontânea e original, as formas de arte estão dominadas pelo espírito da imitação, o naturalismo era uma cópia balofa.

O Capoeira - Oswald de Andrade


Qué apanhá sordado?
O quê?
Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada